Annie Besant

Annie Wood Besant sempre foi uma grande entusiasta. Quando adolescente era tão impressionada com o anglo-catolicismo que ninguém estranhou sua resolução em casar-se com o reverendo Frank Besant, membro do clero anglicano. Mas, até mesmo por divergências doutrinárias, o casamento não durou seis anos. Segundo um amigo, ela “não podia ser noiva do céu, então tornou-se noiva do Senhor Frank Besant que dificilmente seria um substituto adequado”.

Radicalizando para o lado contrário, Annie tornou-se militante do ateísmo na livre-pensadora Sociedade Secular Nacional.
Feminista, foi a primeira inglesa a defender o uso de anticoncepcionais e chegou a ser presa, em 1877, acusada de vender “literatura obscena” – a saber, folhetos sobre controle de natalidade.

Anos depois alistou-se na Sociedade Fabiana, a pedido do amigo e companheiro socialista, o escritor George Bernard Shaw.
Em 1889, entrou para a Sociedade Teosófica após ter conhecido Helena Petrovna Blavatsky, devido a uma resenha que escrevera sobre A Doutrina Secreta. Acabou sucedendo HPB na Secretaria da Sociedade Teosófica após a morte desta.
Enquanto esteve no comando da Sociedade Teosófica, não obstante todas as dificuldades impostas, Annie Besant criou a Ordem Teosófica de Serviço, adquiriu um jornal diário em Madras (Índia) e foi em grande parte devido aos seus esforços que a Universidade Central Hindu foi formada.

Durante a Primeira Guerra Mundial, lutou intensamente pela autonomia da Índia e foi colocada em prisão domiciliar pelas autoridades coloniais inglesas. Em 1917, com a presença de Ghandi e de outros líderes indianos, Besant, aos 70 anos, foi empossada no cargo de Presidente do Congresso Nacional Indiano, título honorário porém o mais elevado que o povo indiano podia conceder.

Escreveu vários livros, dentre os quais destacam-se Brahmavidya, Karma, Introdução ao Ioga, A Doutrina do Coração, Os sete Príncipios do Homem, Dharma, A vida espiritual e Cristianismo esotérico.

Annie Besant deixou um legado de luta e um exemplo de força. Faleceu em 1933, aos 85 anos, em Adyar, onde foi cremada de acordo com os ritos hindus.