Helena Petrovna Blavatsky, ou simplesmente H.P.B., nascida Helena Petrovna Hahn à meia-noite de 30 para 31 de julho de 1831 (12 de agosto pelo calendário russo da época), em Ekaterisnoslav, hoje Ucrânia. O pai era militar e a mãe foi uma renomada romancista que morreu ainda jovem. Sua avó, uma princesa, supervisionou sua educação.
Desde a infância era dotada de poderes psíquicos. Sua vida, desde cedo, foi repleta de viagens. Antes mesmo de completar 20 anos, estava em Londres, quando esbarrou com seu mestre, que ela sempre via em sonhos: Mahatma Morya. Não foi um encontro fortuito, como se depreende de relato da Carta 22:
“…após um século de buscas infrutíferas, nossos chefes tiveram de aproveitar a única oportunidade de enviar um corpo europeu ao solo europeu, a fim de servir de laço de união entre aquela terra e a nossa.”
Nessa ocasião, conforme Sylvia Cranston, biógrafa de H.P.B., o Mahatma Morya lhe perguntou se aceitava uma missão, a de deixar para nós o legado da Teosofia, através da Sociedade Teosófica, convite que ela não recusou.
Afinal, H.P.B. atendia aos requisitos de que os Mahatmas necessitavam para cumprir a orientação de “esclarecer o mundo”, deixada por Tsong-Kha-Pa, reformador do Budismo, no século XIV. Ela possuía poderes psíquicos desenvolvidos e apresentava credenciais morais. Essa combinação permitiu aos Mahatmas dar continuidade ao plano de fundar a Sociedade Teosófica.
Blavatsky encontrou o Cel. Henry S. Olcott em 1874, fundando com ele a S.T., em 1875. Nesse ínterim de 24 anos – de 1849 a 1874 – H.P.B. foi capacitada pelos Mestres, no Tibete e em viagens por todos os continentes. É o que se pode deduzir de episódios descritos pelos próprios Mestres, em As Cartas dos Mahatmas para A. P. Sinnett. O Mahatma K.H., na Carta 22, confirma o treinamento no Tibete, no mesmo trecho em que explica o papel de Blavastky em relação à sua missão – servir de conexão ou fio de transmissão:
“Bem, homem ou mulher algum, a não ser que seja um iniciado do “quinto círculo”, pode deixar os limites de Bod-Lhas (governantes divinos) e retornar ao mundo em seu todo integral – se é possível usar essa expressão. Um de seus satélites, pelo menos, deve ficar para trás, por duas razões: a primeira, para formar o laço de conexão necessário, o fio de transmissão; a segunda, como a mais completa garantia de que certas coisas jamais serão divulgadas.”
O fato de ser um “fio de conexão” é de tal importância que se ela viesse a morrer, os Mestres não mais poderiam se comunicar como vinham fazendo. É o que diz o Mestre K.H., na Carta 15:
“Se ela viesse a morrer hoje – e ela está realmente doente – você não receberia mais do que duas, no máximo três cartas de mim (através de Damodar ou Olcott, ou através de intermediários de emergência já estabelecidos) e então, aquele reservatório de força estando exaurido, a nossa despedida será FINAL.”
O encontro com Olcott, que daria suporte administrativo à S.T., como organização, não foi por acaso. É o que consta na Carta 45:
“NÓS a enviamos para a América; fizemos com que se encontrassem – e o experimento começou. Desde o início foi dado a entender, tanto a ele quanto a ela, claramente, que a questão dependia inteiramente deles mesmos. Ambos se ofereceram para a tentativa… soldados voluntários para uma Causa Desesperada. Seu êxito não correspondeu às expectativas de seus inspiradores originais, embora tenha sido extraordinário em certos aspectos.”